LÁPIDES

LÁPIDES E NADA MAIS

Quero gritar essa dor do meu peito
Fazer com que todos sintam a ferida que me machuca
Meu caminho chegou ao fim e o medo tomou conta de mim
Só eu sei o que se passa nessa solidão
Minha vontade era lhe dizer os poemas que escrevi
Pensando em você
Mas sempre faltou coragem
Na estante os livros vão sendo esquecidos
O passado devorando o presente
E o tempo escapando entre os dedos
Levando com ele uma parte de mim
Roubando sonhos destruindo planos
Todos os dias são assim cada vez mais cinzentos
A vida se resume em segundos que não controlamos
Indo embora sem pedir licença
Por que não disse o que sempre quis dizer?
Talvez seja isso mesmo que o universo planejou
Essa coisa doida loucura que nos domina
Desencontros enganos e frustrações
Talvez seja assim mesmo que tudo acaba
E no lugar apenas o silêncio
Lápides e nada mais