Ajoelhado à beira do caminho
Vou contar uma história
Tenho certeza que vocês não vão acreditar
Porque parece loucura
Coisa de quem fica viajando acordado
Eu vi naquela tarde ao final do dia
O homem estava ajoelhado perante uma árvore
Ajoelhado perante uma árvore
Árvore velha à beira da estrada
Um homem ajoelhado à beira da estrada
Num final de dia assim quando vai chegando a
lua
Oi ieeeieieieieie
Parei na frente daquele homem e sua árvore
Vendo e mesmo assim não acreditando
O homem ajoelhado à minha frente
Prostrado perante uma árvore velha centenária
Ei cara o que você faz aí?
Já não chega nos ajoelharmos para o dinheiro?
Nos ajoelharmos para os problemas da vida ?
Todos estão sempre de joelhos para alguma coisa
Para alguém
Porque se ajoelha para uma árvore velha?
Qual é o seu problema?
Chega de nos ajoelharmos para tudo e para
todos!
Chega de sermos bonzinhos
Ajoelhados em toda parte
Cordeirinhos no paraíso
Vou contar toda essa história
Porque na frente de uma árvore velha
Tinha um homem ajoelhado
Submisso à beira do caminho
Foi o que eu vi num final de tarde
Daqueles em que a lua já vem chegando
Rui Amaro Gil Marques – 06/08/2012 num final de
tarde.
Dedico este
poema a todos e a todas que se recusam a ficar de joelhos perante alguém ou
alguns. É para aqueles e aquelas que compreendem bem qual a nossa missão nesta
vida. Que somente a luta diária, constante, faz avançar o mundo e a humanidade,
quebrando assim velhos paradigmas, desfazendo ilusões, derrubando mitos e
destronando os senhores, criminosos que vivem as nossas custas, que nos roubam,
enganam, oprimem, violam e violentam com a sua exploração. É para antigos camaradas que continuam na
luta, ao nosso lado e também para os que vêm chegando. Com admiração e
respeito.