"A dor é dona da sabedoria e o saber amargo. Aqueles que mais sabem, mais profundamente sofrem com a verdade fatal." - Lord Byron





sexta-feira, 25 de novembro de 2011

CARNAVAL


Carne
Sangue
Suor

Carne
Boca
Fome

Fome
Boca
Desejo

Desejo
De carne

Carne
Carnívoros
Canibais
Carnais

Corpos
Vermes
Animais

Carne gorda
Magra
Minha carne
Sua
Nossa

Carne que arrepia
Que controla a mente

Carne que nos deixa doente
Carne comendo carne
Carnaval

segunda-feira, 7 de novembro de 2011

CANIBALISMO



Da face os olhos

Da tua boca a língua

O pescoço

No peito morder-te os seios

Do corpo

Arrancar a carne que segura tuas entranhas

Rasgar sem pudor a gordura e as tripas

Cravar meus dentes em tuas nádegas

Comer-te fartamente

Roer e chupar teus ossos

Saciar- me com teu gosto

Sentir-te apenas

Ter-te em minha boca

Sabendo que agora és

Não mais tu

Mas eternamente parte de mim

segunda-feira, 26 de setembro de 2011

PASSOS NA ESCURIDÃO

Vejo o corredor a minha frente

Um caminho cheio de penumbra

Um perfume estranho avança pelo ar

Sigo sem olhar para trás

Em cada lado uma porta fechada

Conformo ando a escuridão vai me abraçando

Já não há mais luz

Apenas frio e medo agora

Atrás de mim nada além de lembranças

Meu coração quer sair do peito

Fugir e me deixar

Quero parar e dar meia volta

Mas uma força me puxa

Sinto mãos que me seguram

Ouço vozes que sussurram

E a apesar dessa solidão sei que não estou sozinho

Pensamentos tomam conta de mim

O que estou fazendo aqui perdido neste mundo?

Avanço seguindo em frente

Tateando pela escuridão

Arrastado pelo desconhecido

Levado sem que possa resistir

Guiado pelo doce perfume trazido pela brisa

Mesmo sem enxergar

Apesar das dúvidas que sempre tive

E das loucuras que fiz

Tudo tem uma razão para acontecer

Nada é por acaso

Lembranças que vão ficando para trás

Quando essas trevas acabarem

Tenho certeza que encontrarei

A razão porque agora estou aqui

Gritando o seu nome

Chamando por você

sexta-feira, 9 de setembro de 2011

MUNDO CAOS


Vou contar como é o meu mundo

Agora vocês vão sentir

Conhecer o que se passa na escuridão

Nos cantos abandonados pela luz

O cheiro da morte esta sempre no ar

Não há paz para as almas que sofrem

E nem pode haver

Porque aqui não há esperança

Venham comigo

Andem pelos campos da morte

Corpos em decomposição por toda parte

Desespero em cada passo

Corações corroídos pelo ódio

Aqui reina apenas o egoísmo

E o desejo de destruição

Caos descontrolado

A dor que brota das feridas abertas

E o sangue que escorre

Aqui é o paraíso

De todo o mal que habita seus corações

O mundo que todos vocês criaram

Império que jamais ruirá

O lugar que todos vocês podem chamar de lar

Não há saída

Não há perdão

Apenas escuridão

terça-feira, 30 de agosto de 2011

Ei!

Olhe bem para mim

Veja o estado em que me encontro agora

Olhe bem em meus olhos

Veja o que tem feito comigo

Sinta o meu coração

Sinta o meu corpo que treme sem parar

Tudo o que eu tinha agora já não importa mais

Nem as maravilhas desse mundo cinzento

Minha cabeça dói

Tenho vontade de gritar

De fazer com que você preste atenção

Ouça, por favor

Não vá embora me deixando aqui

Não peço que tenha piedade

Só quero que olhe para mim

Sem dizer nada

Nem mesmo me tocar

Apenas olhe

Veja as feridas abertas

A dor que me rasga

E o desejo que não me larga

Por que tudo tem que ser desse jeito?

Distância e medo

Escuridão

Ei!

Olhe para mim.

segunda-feira, 29 de agosto de 2011

Hay Kay

Nada mais a dizer

Porque o silêncio pode dizer

Tudo e um pouco mais

Nada mais a falar

Porque as palavras repetidas

Acabam se perdendo

No ar

domingo, 31 de julho de 2011

A CURA


Sejam bem vindos

Minhas maldades esperam por vocês

Tenho imaginado todo o tipo de sofrimento

Não vejo a hora de começarmos

Prometo que sentirão muita dor

Assim que as portas se fecharem

Libertem seus medos

Soltem seus desejos

Rendam-se a loucura destes tempos modernos

Entreguem-me seus corpos

Suas almas

O prazer que o sangue desperta

Nos levará ao paraíso

Gritem o quanto quiserem

Ninguém poderá ouvir

E se ouvirem nada irão fazer

Neste mundo é cada um por si

E todos contra todos

Nem mesmo seu deus virá

Ele está ocupado demais caçando vadias

Para o seu próprio divertimento sagrado

Meu corpo já treme de tanta excitação

Ouçam como bate o meu coração

Imaginem o que podemos fazer

Depois desta noite nada mais será como antes

E a vida miserável de vocês terá tido algum sentido

Ao menos para mim

Olhem bem e vejam como a loucura

É a salvação da normalidade

O remédio que nos cura

Sejam bem vindos

Venham sentir a liberdade...

domingo, 17 de julho de 2011

NÃO HÁ MAL QUE DURE PARA SEMPRE.


"O homem é o pior e o maior inimigo de si mesmo"



Olhou na direção do muro cinzento protegido por uma longa fileira de arame farpado. Caía uma chuva fina e fazia muito frio. Seu estomago resmungava exigindo atenção. Já se haviam passado semanas desde a sua última refeição. Virou-se e percebeu que estava sendo vigiado. Do alto de sua guarita uma metralhadora estava apontada em sua direção. Podia ver a brasa nervosa de um cigarro que piscava sinalizando do perigo que o espreitava.

Caminhou lentamente sentindo aquela água gelada escorrendo pelos trapos encharcados que vestia. Conforme andava a arma se movia seguindo os seus passos. A lama grudava em seus sapatos entrando pelos buracos nas solas. Enquanto caminhava sentia o seu próprio fedor. Um cheiro de suor azedo subia até as suas narinas. Tremia de frio.

Seus pensamentos criaram asas e por alguns minutos se viu fora daquele inferno. Cláudia estava sentada com as pernas cruzadas deixando suas coxas quase que totalmente expostas não fosse o vestido florido que lhe enfeitava o corpo. Ela sorria e no rádio o locutor anunciava a próxima atração musical depois da propaganda de uma marca de sabão em pó. Na mesa uma garrafa de vinho pela metade, queijo, pão e salame. Pegou o copo que estava a sua frente e levou-o até os lábios saboreando vagarosamente o seu conteúdo. O que nós vamos fazer hoje? Perguntou a mulher que passava as mãos pelos longos cabelos negros prendendo uma tiara sobre eles.

Com os olhos precorreu demoradamente o corpo da mulher. A pele morena, os seios fartos querendo saltar pelo decote, o perfume que dela se espalhava pelo ambiente e os lábios vermelhos que tanto gostava de beijar. O corpo torneado cheio de frescor e o prazer que ela lhe proporcionava das mais variadas maneiras o faziam acreditar que estava no paraíso. Que nada nem ninguém poderia interferir em seu mundo particular e acabar com aquela felicidade que parecia durar para sempre.

De repente latidos e sirenes trouxeram-no de volta ao pesadelo em que se encontrava. Homens corriam em todas as direções. Do lado de fora caminhões militares chagavam trazendo mais prisioneiros para aquele campo de concentração. Mexa-se seu merda! Gritou um dos guardas batendo-lhe violentamente com a coronha da arma em suas costas.

O portão foi se abrindo e aquele triste comboio começou a entrar. Perfilados, os prisioneiros acompanhavam toda a movimentação em silêncio. As carrocerias dos caminhões foram abertas jogando para fora suas cargas humanas fedorentas e amedrontadas. Homens de todas as idades iam sendo despejados naquela lama, alguns urinavam e defecavam enquanto sofriam agressões de todos os tipos dos guardas que os xingavam e riam de prazer.

Ao seu lado um velhote de cabeça raspada esquelético que mal se agüentava em pé parecia chorar. Todos eles estavam em péssimo estado. A dureza do trabalho diário, a falta de comida e a violência dos guardas não poupavam ninguém. Não há mal que dure para sempre - falou o velho em voz baixa desmaiando em seguida. Sentiu vontade de se abaixar e ajudar aquele pobre homem, mas lhe faltou coragem. A chuva fina não parava de cair e o velhote moribundo era arrastado dali em direção a uma enorme cova coletiva que os próprios prisioneiros foram obrigados a cavar no dia anterior.

Depois de todos os caminhões terem descarregado suas cargas seguiram ordenadamente para fora do campo. Dos alto-falantes ordens eram dadas. Os cães latiam. A mulher e a felicidade não existiam mais. Agora era apenas um número perdido numa multidão de outros números. Será que havia chegado o momento de fazer as pazes com Deus?

Em seguida vieram outros guardas apontando suas armas para os prisioneiros que estavam a sua frente e começaram a disparar. O barulho dos tiros ecoava pela tarde enquanto os corpos atingidos iam se amontoando numa poça de sangue, água suja, urina, fezes e lama.

Lembrou-se dos passeios com o pai, das broncas da mãe e das birras de suas irmãs mais novas. As aulas de história que tanto gostava e a primeira vez que saiu com uma mulher e assim foi caindo para trás sentindo na boca um gosto de sangue, da vida que ia indo embora.

Logo os disparos cessaram. A chuva fina não parava de cair. Cães continuavam latindo seguros por guardas que em silêncio observavam aquele amontoado de corpos de onde saíam gemidos de dor e de desespero.

Alguns soldados sacaram das suas pistolas e se dirigiram na direção dos corpos caídos disparando naqueles "números" que gemiam ou ainda se mexiam.

Na manhã seguinte outro comboio militar chegou trazendo novos prisioneiros. As sirenes tocavam e os cães voltaram a latir enquanto as carrocerias iam sendo abertas...


quinta-feira, 30 de junho de 2011

COVARDIA

Eu quero dizer abertamente o que sinto

O que vai dentro do meu coração

Mas infelizmente tenho medo

E esse medo me faz prisioneiro

Dos fantasmas que me assombram

Sou um covarde

Escondido entre as palavras

Que lhe sussurro aos ouvidos

Um covarde que não merece o seu amor.

domingo, 26 de junho de 2011

HOLOCAUSTO

Holocausto

Judeu

Negro

Latino

Asíatico

Indígena

Branco

Amarelo

Árabe

Mestiço

Masculino

Feminino

Palestino

Nosso

sexta-feira, 17 de junho de 2011

EU PODERIA DIZER TANTAS COISAS


Eu poderia dizer que tudo esta bem

Que o mundo é um paraíso azul

Flutuando na imensidão do universo

Eu poderia dizer tantas coisas

Mas não posso

Não posso mentir

Tentar me enganar

Enganar você

Eu poderia largar tudo agora

Fugir e buscar um lugar para me esconder

Um lugar seguro longe do medo

Mas não posso

Não existem mais lugares seguros neste mundo

Alias neste mundo tudo o que era bom parece ter morrido

As lembranças de nossa juventude ficaram amareladas pelo tempo

E os nossos sonhos foram destruídos

O que nos deixaram foram dias cinzentos

Lágrimas e feridas que não cicatrizam

Corações machucados

Mentes vazias

Nem mesmo o sol é mais o mesmo

E o frio parece congelar nossas almas

As flores perderam um pouco da antiga magia

Sinto muito

Eu poderia fingir que esta tudo bem

Que essa dor que todos nós sentimos logo vai passar

E que um arco íris vai aparecer lá no final da cachoeira

Onde as águas continuam a se jogar

Agora águas sem vida

Esta nossa vida poluída

Eu poderia tentar ser forte

Abraçar você

E olhar profundamente em seus olhos

Mas infelizmente não posso

Tenho medo

Medo de abrir meu coração

De me expor

Porque aquela criança que carrego comigo

Ainda chora assustada


O que fizeram conosco?

Por que tudo tem que acabar dessa maneira?

Arvores que não dão mais frutos

Corações que não amam mais

Eu poderia ser mais um falso

Seguir os passos deles

Mas não posso

Simplesmente não posso deixar que me levem com eles

Que me transformem no que eles se transformaram

No que foram transformados

Talvez tudo pudesse ter sido diferente

Mas simplesmente não posso deixar que me levem

Que acabem com o pouco de humanidade que ainda há em mim

Sinto que apesar de tudo e de todos

Devo ficar e resistir

Eu já tomei a minha decisão

Qual será a sua?


MENTIRAS E NADA MAIS


Meus pensamentos voam

Distantes para longe daqui

Do agora que parece jamais ter fim

A dor que carrego

Cresce me comendo por dentro

Mesmo acompanhado sinto-me só

Ao redor as mesmas coisas de sempre

Os mesmos canalhas com seus jogos de poder

As mesmas prostitutas chamando por atenção

Apesar dos rostos diferentes

Continuam iguais como sempre foram

Seres superficiais

Nascidos para perpetuar ilusões

Homens e mulheres

Pedaços de carne

Almas vazias que vagam perdidas

Sempre fugindo da luz

Buscando o prazer na escuridão

Escondendo o medo que os castigam

E a solidão que reina em seus corações

Infelizes fingem uma felicidade que não existe

E assim seguem vivendo o que acreditam ser a vida

A realidade mesquinha que reproduzem

O amor que não conhecem

Suas máscaras

Mentiras e nada mais




(imagem do Google.com)

domingo, 12 de junho de 2011

BONS CIDADÃOS






Como bons cidadãos (do inferno)




A noite vem descendo
Cobrindo com o seu manto
A razão
Liberta os montros que vagam pelas sombras
Seres sem alma que devoram nossos sonhos
Que se alimentam do medo que temos de reagir
Estão por toda a parte
Esperando uma chance para sugar nosso sangue
Eles nos seguem por toda a vida
Escondem-se atrás dos sorrisos forçados
Dos falsos elogios,
Das mentiras e das promessas de paraíso
O que mais assusta é a beleza de suas aparências
O sentimento de segurança que suas vozes emanam
Pelo brilho dos seus olhos a morte nos observa radiante
E como um rebanho de cordeiros seguimos suas ordens
Marchamos vestindo seus uniformes com os símbolos de nossa submissão
Empunhando suas armas para assassinar e estuprar
Em suas guerras pelo controle total
Para impor os seus interesses sórdidos e o seu poder
Nossas mentes estão tomadas por suas verdades
Suas drogas correm em nossas veias
Seu ódio cresce em nossos corações
Fazendo renascer antigos ressentimentos
E por onde passamos deixamos rastros de sangue e dor
Contra as diferenças e os diferentes
As raças inferiores que ameaçam a nossa segurança
Nossa ignorância
Nos altares do medo acendemos velas
Fazemos orações na íntima esperança de sermos perdoados
Por deuses complacentes com nossas maldades e preconceitos
Nossas mãos manchadas de crimes
Nossas almas perdidas para sempre
Nesta imensa fábrica de sofrimentos diários que nunca pára
Nunca Pára
E quando chegar a hora
As portas do inferno se abrirão a nossa frente
Para receber a todos nós
Os bons cidadãos que não questionam
Que prontamente obedecem
Homens e mulheres cúmplices do mal
Monstros
Monstros por toda parte.

sábado, 28 de maio de 2011

UM SONETO DE MARINHEIROS E DE ALMAS PERDIDAS



Tempestade no mar


O navio balança sobre os ombros do oceano
As ondas revoltosas expulsam a calmaria
E o vento sopra o seu nervosismo
Despertando a fúria do mar
No céu a tempestade cega o dia
Nos corações cresce o medo e orações ecoam
Marinheiros correm em todas as direções do seu pequeno mundo
Assustados esperam pelo fim
As águas criam vida e se levantam as alturas
Subindo e caindo
Raios e trovões transformam o medo em desespero
O capitão grita com seus marujos
Enquanto o céu desaba sobre nós
As velas são rasgadas pela fúria do vendaval
O mastro principal é arrancado jogado para fora da embarcação
Homens caem ao mar
Sem controle rogamos por salvação
Mas nada pode deter o poder das águas
Que querem nos engolir
O casco começa a rachar e a esperança se desfaz
Corpos são atirados contra as rochas que surgem do fundo do mar
Netuno e Posseidon sem piedade
Mostram todo o seu orgulho desumano
Levando em suas mãos as almas dos pobres marinheiros
No timão o capitão tenta o impossível
Calípso e a morte riem da sua maldição
As ondas vêm e vão
Num ataque frenético e constante
Levando com elas o que sobrou da velha embarcação
De repente tudo acaba e o silêncio toma conta do oceano
E no fundo do mar os cadáveres e os sonhos dos homens
Agora jazem enterrados e serão esquecidos
Nas rochas sereias cantam louvando mais um dia de destruição
Nos corações dos sobreviventes feridas que jamais cicatrizarão


quinta-feira, 26 de maio de 2011

CONVERSANDO DE PERTINHO






Desilusão: existe algo pior?

O que pode ser pior que uma ilusão? Bem, eu acredito que não pode existir nada mais duro, difícil de agüentar, dolorido e nos dá um tremendo chega pra lá que a desilusão. É o mesmo que um soco bem na boca do estomago da gente. Posso estar enganado, mas a desilusão é foda no pior sentido da palavra. Um cara iludido não consegue enxergar a realidade ao seu redor. Não percebe o quanto o que ele acreditar ser real não passa de uma fantasia, um deixar-se levar pelos outros. E aí, derepente pimba! Cai o mundo na cabeça do cara. É o mesmo que se atirar de um abismo.

Enquanto ouço Hotel Califórnia, do Eagles (os que curtem um bom rock and roll conhecem) fico refletindo sobre isso. Não, a música não tem nada a haver com esta minha viagem filosófica de quem já perdeu as contas de quantas vezes a desilusão lhe deu um tapa na cara. É, chego a pensar que a realidade mesmo é feita quase que de 50% de ilusão e o restante você escolhe.

Voltemos ao assunto do qual estávamos falando (vamos dizer assim). Também conheço muita gente que já foi atropelado pela carreta da desilusão. Hoje os caras estão meio que conformados com as coisas. Não reagem ou não querem reagir. Transformaram-se em pessoas amargas e frias. Nossa! Será que isso também aconteceu comigo?

Discorrendo sobre uma coisa acabei esbarrando noutra. E vou te dizer que isso me deixou incomodado. Imagine você numa situação dessas. Bom, por enquanto vamos deixar esse negócio pra lá e continuemos onde estávamos.

A desilusão é aquele remédio amargo que temos que tomar na vida para acordarmos e mudarmos a realidade, deixarmos de sonhar acordados e partirmos para cima do bicho, pega-lo pelo chifre e derruba-lo no chão. Isto até pareceu coisa de rodeio de boiadeiros. Falando sério. Eu acredito que a desilusão seja isto. A outra cara dessa mesma moeda quase enferrujada e gasta pelo tempo chamada vida. Poético não é mesmo? E não tinha como ser de outra maneira porque viver é uma tremenda obra poética. Sonhos, mitos, medos, ilusões, alegrias, tristezas, ódio, rancor, vingança, paixões, amores, coragem, covardia, traições, verdades, mentiras e aventura.


Saca só uma coisa, se é assim a desilusão não pode ser algo tão ruim. Dói, mas passa. Pode demorar, mas passa. Diga-me se estou enganado.

Vou ter que encerrar por aqui porque tem gente no portão. Até a próxima conversa.

sexta-feira, 6 de maio de 2011

BOMBARDEIOS DOS DEMÔNIOS DO NORTE



Bombardeios

De repente soa o alarme
Pânico
Os caças sobrevoam nossas
Cabeças
Dos seus assentos
Os pilotos disparam a
Morte
Mísseis destroem sonhos
Sangue por todos os lados
Sangue por toda parte
Gritos e desespero
Corpos espalhados
Em pedaços
Os caças vêm e voltam
Dando rasantes
Despejando suas malditas ordens
Crianças aterrorizadas
Mães sacrificadas
Bombardeios que não param
Queimando nossas almas
Num tormento infernal
Demônios do norte
Senhores do mal
Caças assassinos
Anunciam o fim de tudo
O caos no mundo
Que a cobiça deles aqui
chegou



(IMAGEM DO GOOGLE.COM)

segunda-feira, 2 de maio de 2011

INVERNO

INVERNO


O frio chegou
Apesar das pessoas
Estarem
Geladas por dentro
Há muito tempo

Elas passam seus dias
Trancadas em seus
Invernos particulares
Fechadas
Para o mundo e para
A vida

Muitas morrem
Sem jamais
Terem vivido
Sentido o calor
Que nos une

Passam por aqui
E não deixam saudade
Apodrecem em seus túmulos
Esquecidas

Seus corpos deformados
Decompõem-se na escuridão
Levada com eles

Nunca observaram
O nascer do sol
Nem mesmo olharam as estrelas
Faiscando nas noites
E a lua para essa gente
É apenas um satélite
Cheio de crateras
E nada mais

quinta-feira, 7 de abril de 2011

LEMBRANÇAS E FRUSTRAÇÕES


Lembranças E Frustrações


Naquele momento nada mais poderia ser dito


Que o tempo já não tivesse de alguma forma insinuado


Olhares tentaram cada um a sua maneira


Penetrar nos pensamentos que queriam se transformar em atos


Mas que o medo cheio de coragem reprimia


O calor tomou conta do mundo


E nas faces enrubescidas pequenos gotas brotavam


Denunciando o que já era percebido


Corações descontrolados tentavam manter a calma


E a secura tomava conta dos lábios trêmulos


Enquanto pequenos movimentos guiavam as mãos ofegantes


Assim foi naquele dia


Quando o menino ainda mal se conhecia


Deixando a sua primeira paixão ir-se embora


Perdendo-a com a brisa que levemente partia


Agora somente algumas lembranças


De um beijo que jamais provou


Do desejo inocente


Não realizado


Que a vida transformou em frustração

sábado, 19 de março de 2011

E ASSIM SEGUE O MUNDO...


E assim segue o mundo



Não adianta
Você nunca vai saber
O que se passa em minha
Cabeça


Sei coisas que você nem imaginaria
A vida não é só o que você
Pensa saber

Até mesmo na luz
Habitam demônios
Anjos do mal
Monstros que nos vigiam

Por trás dos sorrisos sedutores
A morte observa
Sobre quais de nós ela lançará
Seu olhar

E aí não vai adiantar implorar
Chorar e nem mesmo rezar
Esperando por um milagre
Do céu

A realidade é assim
Mas você nunca vai entender
Porque não quer sentir dor
Porque quer apenas ser feliz


(Imagem do Google.com)

terça-feira, 8 de março de 2011

SEM O SOL











Olhe bem para o sol
Um dia ele vai se apagar
E toda a luz irá sumir
Anunciando que o tempo da escuridão chegou
Você poderá não estar mais por aqui
Mas eu sei que vai estar
Quando esse dia chegar
Não só as trevas virão com ele
A morte se fará presente
Sorrindo despudoradamente
Trazendo o desespero como companhia
Será o fim de tudo então
Mesmo sabendo disso
Não podemos deixar de buscar pela luz
De combater sem cessar as forças da escuridão
De viver com dignidade como tem que ser
Porque se não agirmos assim
De que vale a pena viver?
Quando o fim chegar estaremos prontos para ele.





(imagens do Google.com)

segunda-feira, 7 de março de 2011

BANDA MOBY DICK, DE APUCARANA (PR)



Banda Mody Dick, de Apucarana (PR), tocam rock and roll do melhor.

ENSAIO DA BANDA ESPÉRION, DE APUCARANA (PR) - MÚSICA BLOOD OF SOULS




Este clip é do ensaio da Banda de Black Metal Espérion, da cidade de Apucarana (PR). Estou dando uma força para eles. Apesar de todas as dificuldades enfrentadas pela banda eles continuam firmes tentando fazer o que mais gostam: rock and roll.

Vejam também o clip Cristian Fallen Angel da banda no YouTube.

sexta-feira, 25 de fevereiro de 2011

O PODER DO ROCK AND ROLL


O Poder do Rock and Roll


Quando ouço rock and roll
É como passear no céu
Deixar de ser apenas mais um mortal
Não imagino a minha vida sem rock and roll
O seu poder vai além da música
Suas notas entram em minhas veias
Abrem as portas da imaginação
O rock me faz enxergar na escuridão
Até consigo voar livre por aí
Esse é o poder do rock and roll
Quem não gosta de rock and roll
Não pode entender o que estou dizendo
Eu viajo ao som do bom e velho
Rock and roll
I need of the Rock and Roll


Na foto: Rui Amaro Gil Marques (eu).

quarta-feira, 23 de fevereiro de 2011

De Que Adianta Chorar?

De que adianta chorar se eles não estão nem aí?
Lágrimas não vão mudar a sua vida
Tente pensar
Isso não vai lhe fazer mal
Acorde e olhe ao redor
Não estamos perdidos se levantarmos a cabeça
E encararmos todos os desafios
Nosso sangue pode ser derramado
Eu sei
Todos nós sabemos
É o preço da liberdade
Não podemos continuar esperando por um milagre do céu
Que transforme o mundo num paraíso
Discursos já perderam o sentido
Palavras nada podem fazer
A responsabilidade é nossa e de mais ninguém
Revolução!

segunda-feira, 14 de fevereiro de 2011

Desperato

Desperato



Alguém em algum lugar
Perdido diante da escuridão
Procura em si mesmo alguma razão
Seus medos o impedem de continuar
A solidão pressiona sua mente
Cansado de tudo não quer mais viver
O pesadelo não vai acabar
Suas preces ninguém vai ouvir
Dentro do seu peito o ódio aperta o coração
Lágrimas inundam o seu olhar
Enquanto tenta encontrar um pouco de coragem
Para gritar
Lembrando de antigas histórias
E canções de ninar
Aquela criança que não existe mais
Atormentado agora só quer morrer
Prostrado diante do universo clama em silêncio
Pelo perdão que jamais vai ter
A verdade é apenas um detalhe
Que não importa mais
Ofegante pragueja contra aqueles que o abandonaram
Seu suor escorre pelo corpo trêmulo refém de toda a dor
Sorrindo a morte aguarda pela hora final
E do outro lado do mundo
Os hipócritas e suas prostitutas dançam sobre a miséria
Que criaram.

quinta-feira, 27 de janeiro de 2011

LIBERTEM A POETA ANGYE GAONA!




Está presa a poeta e jornalista Angye Gaona. O Estado colombiano quer calá-la para manter a obscuridade genocida. Angye Gaona, poetisa e comunicadora, foi presa por pensar. O fato só reafirma que a Colômbia é um país em que o Estado converteu o ato de pensar em crime.

Angye Gaona é uma mulher criativa e comprometida socialmente, sempre ativa no desenvolvimento e fomento da cultura. Fez parte do comitê organizador do conhecido Festival Internacional de Poesia de Medellín, cuja qualidade é reflexo do trabalho e dos sonhos tecidos entre os povos.

Se faz urgente a mobilização internacional por sua libertação e, também, pela apuração de denúncias de que o Estado colombiano mantém encarceradas mais de 7.500 pessoas pelo "delito de opinião". Estamos ante uma verdadeira ditadura camuflada!

A situação é insuportável: cada dia detém, assassinam ou desaparecem com um opositor político, estudante, sindicalista, sociólogo, camponês... A repressão exercida pelo Estado colombiano contra o povo, com o objetivo de calar suas reivindicações sociais, é brutal. É preciso que o mundo se mobilize em solidariedade! É necessário que o mundo conheça esta realidade e entenda que suas dimensões ultrapassam todo o Universo!
Samuel Trigueiros em www.pcb.org.br

POEMAS DE ANGYE GAONA

CUANDO LA GUERRA

Vas a mañana o a morir

Eunice Odio

No provoques al león

que reposa en su campo.

¿Qué podría implicarte

su gesto lento,

su verdad calma?

Si no puedes resistir esa,

tu inclinación de más,

y buscas un león que sirva

su propia cabeza en tu mesa

y sólo un par de garras,

las tuyas,

admites en tierra,

nada podrá guarecerte de esa,

tu intención de más,

y alguna trampa,

algún águila mecánica traerás

para cazar al león.

Reina el león

aunque lo enjaules

y lo lleves lejos de sí

a rugir a tus circos,

a esconder sus garras en tus fábricas,

a desatar la ira de las bestias del Sol

que atesoras en las bóvedas.

Reina el león y reina la espada,

único arbusto que crece silvestre

en las tierras del león,

que no te será dado exterminar

aun si ordenases manar fuego

a tu garganta.

HERMANO MAYOR

A las naciones indígenas de América

A danzar viene el Sol a la piel,

dorada por Dios.

A danzar,

tañen los dientes de oro,

brincan los suelos

en las uñas del toro.

Corre por los caminos,

por las arterias.

Sangre viva,

sangre del cuerpo pasado.

Acoge mi sangre;

entra a circular por tu nombre.

Soy una mezcla,

soy un pan,

soy mestizo.

Tus antepasados y tus hijos

lanzan piedras contra mí.

Al alcanzarme las piedras

se unen a mi cuerpo,

se convierten en panes.

Toma este pan,

toma esta vida,

toma la Tierra

que es tuya.

Tierra donde parieron todas nuestras madres,

donde vivos bebemos leche de la estrella.

A danzar, viene el Sol

con tus dientes de oro.

Brinca en la piel que llevas

dorada por los dioses.

Toma esta sangre;

es lo que sé sagrado

para un pacto.

Sangre antigua es.

Viene de dos ríos,

dos corrientes,

quizá tres o cuatro afluentes.

Es un río silencioso,

espera su hora para bramar.

La hora cuando se junten los ríos,

a cielo abierto bajo el Sol,

en secreto ánimo de danzar

y ser uno con los dioses,

en un pacto alto

que se llame Tierra,

que se llama Madre,

que nos llame hermanos.

quarta-feira, 5 de janeiro de 2011

SANGRIA


SANGRIA

O sangue esparramado
O sangue que se esparrama
A mancha de sangue que não sai
O sangue que sempre mancha
As mãos sujas de sangue
Das mãos que não podem se defender
Gotas de sangue
Que brotam das feridas que sangram sem parar
O cheiro de sangue contaminando o ar
O ar carregado do sangue das carnificinas que não param de acontecer
Aqui, ali e em toda parte
O sangue sempre a escorrer
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O primeiro escritor que deu nome a tudo e criou o universo com as palavras.

O primeiro escritor que deu nome a tudo e criou o universo com as palavras.
Thoth (Djehuty), deus das escrituras, guardião do Olho de Hórus, criador das palavras, escriba dos deuses e grande escritor do universo.

O Olho de Hórus, o que tudo e a todos vê.