
O CORVO
No bico do corvo,
Alma aprisionada pelo agourento
Pássaro negro,
Filho alado da desgraça,
Da aflição que sua presença
Me causa,
Voa corvo sinistro
Para longe daqui!
Nas sombras me espreita o sanguinolento,
Mantendo sua atenção sobre mim.
O que queres comigo
Criatura infernal?
Do puleiro escondido,
Cortando o silêncio sepulcral,
Ouço a resposta que me
Causa arrepio;
“Quero teus olhos!”
O medo o meu coração dispara,
O procuro, mas não o vejo,
Sei que perto ele está,
Vestido de preto
Guarda-me como num velório,
Então criando coragem,
Eu repito: o que queres de mim afinal?
E cortando o vento
Novamente vem a resposta
Que mais uma vez me causa espanto,
Das sombras a ameaça final;
“Quero os teus olhos,
Sei que os provarei num canto
Deste quintal!”
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