
A Garrafa (a verdadeira companhia das bebedeiras)
Estou acabando comigo mesmo. De gole em gole a minha vida se desfaz. A culpa é do vicio que me domina. Sim, sei que sou um fraco. Mas neste mundo de incertezas quem pode ser diferente? Afinal todos têm os seus vícios. Alguns os escancaram, outros fazem de tudo para mantê-los escondidos. Não tenho vergonha em dizer os meus. Aliás, não tenho vergonha de mais nada. Meus amigos de outrora dizem que mudei. Que não sou mais o mesmo. Por esta razão se afastaram de mim. Que se danem então! De amigos assim não preciso. Agora ando apenas comigo.
De taberna em taberna esvazio as garrafas. E, para piorar ainda mais o meu conceito moral, me acabo com as damas dos prostíbulos, onde sei que esses falsos amores namoram apenas o conteúdo da minha carteira. De tudo isto que lhe digo só uma certeza. Hoje, meu amigo, a minha única companhia é esta garrafa. Quieta, ela me ouve sem contestar. Calada comigo passa o tempo me entorpecendo a mente e afogando minhas mágoas. Mas ao contrário dela, a ela não sou fiel. Assim que a esvazio logo peço outra para me esbaldar. E quando chega a hora do bar fechar levo-a comigo para passear. E, assim faço todos os dias varando noite a dentro. Porque meu caro, esta dor que mastiga meu peito eu não mais aguento.
(Poema soprado aos meus ouvidos durante um sonho) escrito em 04/01/2010.
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