
Inocência (nossos crimes de infância)
A criança inocente corre feliz pelo quintal,
Sentado no chão arranca entusiasmado as flores do jardim,
Anjinho da mãe querido, por Deus protegido de todo o mal,
Olhando para o lado, encontra um ratinho tentando fugir,
Contente pelo achado,
Sem se dar conta da sua força,
Quebra o pescocinho do pobre animal,
Vendo que o bichinho não mais se move,
Chorando ele se levanta e corre,
Segurando firme aquele corpinho morto,
Com as roupinhas sujas de sangue,
Vai se esconder atrás do velho cercado,
Soluçando o filho mimado,
Esconde no vão da cerca o brinquedo,
Que sem querer por ele foi quebrado,
Assim, sem nenhum peso na consciência, deixa o pequeno cadáver de lado,
Indo pegar as borboletas que passam voando.
Corre olhando para cima,
Tropeçando numa pedra em seu caminho,
E o joelho acaba machucando.
Caído choramingando pela a avó ele chama,
Que mesmo de longe, daquele moleque, ela não descuida.
Pegando-o no colo a velhota o levanta com carinho,
Sem imaginar que mesmo tão novinho,
Já é um assassino aquele menino.
Nenhum comentário:
Postar um comentário