"A dor é dona da sabedoria e o saber amargo. Aqueles que mais sabem, mais profundamente sofrem com a verdade fatal." - Lord Byron





domingo, 5 de abril de 2015

A REPRESSÃO SEXUAL E A OPRESSÃO DE CLASSE

O SIGNIFICADO IDEOLÓGICO DA REPRESSÃO SEXUAL
Nas sociedades onde a liberdade do individuo é uma mera aparência de liberdade todos os aspectos da vida sofrem a repressão do estado e das suas instituições. A repressão aberta ou disfarçada tem por objetivo coisificar os indivíduos fazendo com que assimilem ideologicamente as suas funções como força de trabalho, reprodutores da ordem e defensores do sistema.

Tudo realizado de uma maneira que o individuo jamais se de conta que ele é apenas uma marionete manipulada de acordo com os interesses de uma minoria que através do seu poder econômico controla o estado e a sociedade como um todo.

E para que a ordem seja mantida os indivíduos devem se comportar de acordo com os “ensinamentos” perpetrados culturalmente pela minoria. E a questão sexual, assim como todas as demais, não poderia deixar de ser reprimida evitando que através dela o individuo se reencontrasse consigo mesmo, deixando de ser coisa e retornando a sua condição básica de ser humano livre e dono do seu corpo e de sua vida.

Assim, através dos séculos, uma verdadeira máquina de repressão sexual foi sendo montada para fazer com que os indivíduos passassem a se relacionar socialmente como meros reprodutores do sistema. Otimizados esses indivíduos deixaram de pensar, de questionar e de se apropriarem dos próprios corpos e dos seus órgãos sexuais. Sentir prazer pelo prazer se tornou um verdadeiro crime a ser combatido pelas instituições tais como as igrejas e as escolas onde a liberdade criadora individual não tem lugar.

Para as religiões o sexo só pode ter uma razão: a procriação.
No cristianismo, no judaísmo, no islamismo e no catolicismo o ato sexual é abominado. Em vários países islâmicos, principalmente nos da África, as mulheres são mutiladas tendo o seu clitóris arrancado para que não possam sentir prazer durante o ato sexual. No ocidente a máxima da igreja é o cresceis e multiplicais, ou seja, sexo somente para a reprodução. Não esta escrito nos livros sagrados do judaísmo e do cristianismo cresceis e gozais porque gozar é pecado.

O escravo para ser obediente ao seu senhor deve ser condicionado ao máximo para aceitar a sua condição de escravo. O sexo com prazer torna-o desobediente uma vez que ele acaba percebendo que a vida pode ser vivida de outra maneira, de maneira livre, sem amos e senhores. Que ele pode ser o senhor da sua própria vida e dono do seu corpo.

E para assegurar que essa repressão sexual tenha sucesso surgem o machismo, a homofobia, o casamento monogâmico e a prostituição. Essa última uma maneira onde os indivíduos, principalmente aqueles das classes trabalhadoras, podem comprar um pouco do prazer sexual se tornando assim livres por um certo momento.
E essa liberdade momentânea tem um custo tanto para o homem quanto para a mulher que se torna uma mercadoria a ser consumida por cliente, por um comprador. O sexo e o prazer sexual se tornam uma relação comercial e não mais o encontro entre duas pessoas que se desejam, que se querem, que se entregam livremente aos prazeres do sexo.

Somente os senhores, donos da sociedade, podem se realizar enquanto indivíduos livres através do sexo e do próprio corpo. Para eles tudo é permitido, não existem leis e nem uma regra que não seja passível de ser burlada, quebrada, ignorada. Enquanto essa minoria de parasitas se alimenta da alienação da maioria cresce a violência contra as mulheres, o preconceito contra aqueles que decidiram se apropriar do seu corpo e sentir prazer com ele, cresce a violência contra os homossexuais, travestis e transgêneros.

E essa violência tem um só objetivo: reprimir o desejo sexual e a liberdade que o prazer sexual cria nos indivíduos. Por isso que o casamento, seja de que forma for, monogâmico ou não, na verdade é uma prisão disfarçada que obriga os seus componentes a se comportarem de acordo com as regras estabelecidas pelo estado e a moral judaico-cristã ideologicamente repassada de geração a geração. Aqueles e aquelas que ousam fugir desse padrão são apontados e nomeados de libertinos, de imorais, de lascivos e perniciosos.

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