
Crucificado
Do alto do Seu sofrimento,
Com Suas chagas expostas,
Podia pôr um fim a esse tormento.
Bastava ao mundo virar as costas,
Como Lhe havia pedido o Anjo Caído,
E ficar com aqueles que o amavam,
Nada teria sofrido.
Mas no fundo de Sua alma Ele sabia,
Que o Seu fim assim seria.
Segundo pregavam os profetas,
O plano para Ele já estava traçado,
Para encontrar a verdade no coração do homem,
Naquele local deveria ser sacrificado.
Não importava a Sua inocência,
Nem tão pouco o que pensava.
Dos poderosos assustados com a sua vinda não teria benevolência.
Filho sem pai por uma virgem posto neste mundo,
Blasfêmias e calunias proferiu por onde andou,
Dizia Ele ser o Messias, Aquele tão esperado,
Segundo os sacerdotes não era mais que um vagabundo,
Impostor que devia ser exemplarmente castigado.
Até mesmo por um dos Seus,
Após três vezes o galo cantar em público foi renegado.
Levado à presença de Pilatos,
Preferiu ficar calado a pedir clemência,
Deixando o representante de César sem paciência.
Ao Sinédrio dos Judeus foi devolvido,
Sendo como um bandido recebido.
Naquela tarde maldita,
A turba contra Ele bradava,
O chefe do Templo mais que depressa,
Manipulou a plebe para à Barrabás libertar em seu lugar,
Crucificado foi a sentença que Lhe imputaram,
Humilhado carregou a sua cruz, subindo o Golgota para nela ser pregado.
Entre dois ladrões aguardou a morte,
Sem mágoa, Ele perdoou os que Lhe condenaram.
Empoleirado a distância,
Acompanhei a sua dor.
Lá embaixo os poucos que ficaram choraram de amargor,
E eu, este pobre abutre que voz fala,
Testemunha desse triste acontecimento,
Aguardei paciente sem nenhum constrangimento,
A hora de fazer do corpo dos dois salafrários,
Que morreram pregados ao seu lado,
Minha bendita refeição.
(Ilustração do Google.com)
Nenhum comentário:
Postar um comentário