Mendigo
O sol vai nascendo.
Fazendo a escuridão da noite recuar.
Deixando livre o sorriso do dia.
Nasce forte, quente, luminoso, dono do céu.
Enquanto isso, vou-me encolhendo...
Cada vez mais prisioneiro de meus pesadelos,
Das lembranças, dos desejos e do sofrimento,
Que eu próprio criei.
A luz que o sol erradia,
Ilumina os meus pecados,
Solta os espectros de meus muitos fantasmas.
O suor escorre pela minha face,
Meus olhos demonstram aos que passam,
O medo das incertezas da vida.
Que castigo maldito reservou-me o Todo Poderoso ?
Castigo que consome não só os dias e as noites,
Mas a alma, transformada em pura agonia.
Agonia, essa maldição, que percorre toda a extensão do meu corpo.
Este corpo doente,
Repleto de chagas, largado na calçada fria e suja,
Meio apodrecido,
Castigado pelos raios do sol,
Que queimam as feridas expostas,
A minha morte anunciada.
Nenhum comentário:
Postar um comentário