
Mau tempo
A chuva cai...
O frio deita a sua mão
sobre o dia.
O sol, com medo, se esconde
nas cinzas nuvens,
Distantes do horizonte.
A água escorre, vermelha,
Das montanhas solitárias,
Abandonadas, sem a companhia das árvores
arrancadas.
... Cai, molhando as calçadas sujas,
as ruas apressadas, as pessoas...
Os sonhos dos poucos que ainda teimam
em viver à sua própria maneira.
Debaixo de meu cobertor,
Deixo que o tempo passe.
Esse tempo que não passa quando quero,
Que corre quando não espero.
Fico, porém, na angustia do silêncio,
Refém da solidão que não morre.
Castigado pelo frio que
aumenta...
Meus pensamentos se misturam às lembranças,
Lembranças libertas pelo leito ocupado,
Agora, pelo meu sofrimento.
A chuva cai e, talvez,
Quando parar de cair,
Eu não esteja assim, meio vivo, respirando lentamente,
Mas, ao contrário, completamente morto,
Esquecido pelos dias que virão,
Pelos amores que não terei.
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