
“ Atormentado”
Vejo o Espírito que vaga pelas sombras,
Eterno, pelo castigo dos séculos,
Pobre diabo amargurado ,
Esquecido pelos vivos de agora,
Pelos que se imaginam vivos !
Preso a antigos sentimentos corporais,
Que hoje não têm mais valor,
Sente a necessidade de expressar o seu amor,
Mas está morto!
Morto, esquecido e enterrado,
Morreu para aqueles em que insiste em amar,
Chora a dor da solidão, do esquecimento proposital,
Do exílio forçado, da angustia sepulcral.
Espírito que chora pelos cantos deste mundo,
Peço-lhe que enxergue a realidade que o cerca,
Volte ao teu lugar de origem,
Deixe essa gente ingrata.
Para todos, há muito estás morto,
Ouça a voz da razão;
Não faça de toda essa agonia sobrenatural,
A tua eterna prisão.
Já tens o teu castigo a cumprir,
Não aumentas o sofrimento que já é muito,
Deixe que o vento o leve para perto do Altíssimo,
Para o paraíso que procuras,
Onde a solidão é apenas uma palavra...
Apenas uma palavra.
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