
Silêncio
Não vejo árvores em abundância,
Mas apenas cruzes e lápides espalhadas.
Recanto de dor e saudade,
Lar eterno da solidão.
Flores colocadas,
Nos vasos sobre os jazigos,
Daqueles que ali enterrados estão.
A paz que aqui reina,
Tem sua explicação,
Os moradores deste lugar
Não têm mais porque brigar,
Há muito tempo se foi dessa gente qualquer tipo de ambição,
O que resta agora é somente expiação,
Mesmo que alguns se recusem a aceitar o seu estado latente,
A vida corpórea deles não se faz presente.
Caminho cabisbaixo em sinal de respeito,
Leio nomes de antigos sujeitos,
Passo por parentes que ainda choram,
Sinto também a presença dos espíritos que aqui moram.
Em cada corredor deste lugar,
No concreto sem vida,
Das estátuas de anjos e santos,
Várias almas a murmurar.
Não visito ninguém em especial,
Apenas a minha curiosidade me guia,
Pois sei que eu aqui também acabarei deitado um dia.
Nenhum comentário:
Postar um comentário