
O canto das Sereias (uma lenda mais que antiga)
Na ilha onde o mal eterno habita,
Mesmo a imensidão dos mares a desgraça não evita,
Sentadas nuas sobre as rochas,
Pacientemente pelos desafortunados esperam elas,
Entoando os seus cantos mágicos,
Essas mulheres das profundezas,
Para aqueles que a elas se rendem,
Os fins são sempre trágicos.
Até o mais valoroso marinheiro,
Por mais forte e corajoso que seja,
Dos lábios malignos dessas diabas do mar,
Um delicioso beijo almeja,
Não tem como escapar.
Quando ao longe surge um navio,
Uma a uma se jogam nas águas e começam a nadar,
Fazendo com que todos no barco,
Percam o controle e em seus braços queiram ficar.
Donas de grande formosura,
De seios fartos e redondos,
Na verdade são seres sem piedade,
Cuja beleza maligna esconde toda a sua crueldade.
Coitados aqueles que caem em seus encantos,
Desses pobres enfeitiçados sobram apenas as carcaças,
E suas almas em prantos,
Vagam agora pela praia atormentadas,
As naus que não afundam,
Pelos recifes da ilha acabam destroçadas,
E desde os tempos mais remotos,
Que esse mal ali existe,
Famintas observam o horizonte,
Sabem que sua longa espera vai terminar,
Em breve mais carne terão para sua fome saciar.
(Na ilustração do Google.com ao lado as sereias atacando o barco de Ulisses durante seu retorno a Ítaca, depois de ter participado da guerra contra os troianos. Para saber mais sobre as aventuras de Ulisses também chamado por Odisseu leia a Odisséia, de Homero.)
Nenhum comentário:
Postar um comentário